Posted by : dR.mIX² terça-feira, junho 28, 2011


Sou antes de tudo um cético, ainda mais quando se trata de uma decisão editorial que busca, principalmente, o lucro. Recomeçar o universo de heróis da DC Comics do zero (ou nem tanto, como andam dizendo os editores) é uma dessas decisões. Não existe nada do ponto de vista narrativo ou artístico que justifique ter que recomeçar para se contar boas histórias, tanto que três dos melhores quadrinhos produzidos pela DC não se encaixam na tão dita “cronologia”, são eles Batman O Cavaleiro das Trevas, O Reino do Amanhã e All-Star Superman. Mas por outro lado é importante que novos leitores continuem chegando para que os quadrinhos possam se tornar uma indústria cada vez mais saudável e, assim, gerar bons frutos como as histórias citadas acima. Vamos então deixar a nerdice de lado e tentar enxergar o lado bom de toda essa revolução.
1 – Bota essa cueca pra dentro da calça rapaz!
Pra quem cresceu com um ícone é difícil aceitar qualquer mudança drástica, mesmo que seja naquilo que há de mais ridículo na tal figura. Uma das coisas mais faladas nesse recomeço do UDC são os redesigns dos personagens. Alguns sofreram mais mudanças, outros menos, mas o principal afetado, sem sombra de dúvida, foi o maior herói da casa: Superman. Com uma roupa toda azul, sem a famigerada cueca por cima da calça, o novo uniforme do herói foi motivo de controvérsia, afinal depois do S no peito e da capa vermelha é isso que faz o personagem ser identificado logo de cara. Mas será que isso que consideramos o “cânone” sofreu assim tão poucas mudanças de 1938 pra cá? Claro que não, é só olhar o logo do personagem original e quantas alterações já sofreu. Foi um escudo amarelo com S dentro, ficou preto, invertido, maior, menor e isso com ícone principal do personagem, sua marca registrada. Porque não tirar a cueca de cima da calça?
Para mim, mais do que uma simples alteração, isso mostra que o personagem está sendo preparado para uma nova geração, e isso não é necessariamente ruim. Da era de ouro para a de prata muitos heróis mudaram, não só de roupa mais inclusive de identidade secreta. Lanterna Verde deixou de ser Alan Scott para nascer Hal Jordan, Joel Ciclone para entrar o Flash Barry Alen. Mas, na época não existia internet para que as pessoas criassem essa mobilização instantânea contra mudanças que ainda nem viram, nem tampouco os personagens haviam sido alçados a categoria de semi-deuses intocáveis. No fim as alterações do passado fizeram outra mitologia totalmente nova nascer, porque duvidar que o mesmo pode ocorrer agora?
2 – Minha coleção tem muitos números 1
Aqui no Brasil devido a diversas mudanças de editora e renumerações temos muitos “números 1″, eu mesmo tenho vários na coleção. Porém, nos EUA é muito incomum alguém conseguir comprar uma edição número 1, por lá as revistas mais populares chegam facilmente a 500 ou 600 edições consecutivas, então zerar a numeração dos 52 títulos da editora é uma estratégia interessante para atrair novos leitores, que comprarão uma edição “histórica” e, se cativados, permanecerão como leitores frequentes. Ou não…tudo depende da qualidade do que será apresentado.
3 – Antes meus quadrinhos ficavam na estante, agora estão no HD.
Sabe o que é preciso, acima de tudo, para colecionar quadrinhos? Espaço. Muito espaço. Tenho boa parte dos m² da minha casa comprometidos para abrigar os quadrinhos que compro há mais de 20 anos, mas um novo tempo está chegando. Há muito já se fala de uma revolução digital que chegaria para exterminar os livros e revistas impressas, pois a Apple e seu iPad finalmente estão fazendo a tal revolução. Claro que edições impressas ainda continuarão sendo populares, mas o gadget da Aplle acelerou um processo que já tinha sido iniciado com outros e-readers, como o Kindle da Amazon. Agora ficou muito mais amigável e fácil ler uma hq digital. Sem adaptações, sem formatos mirabolantes. Apenas páginas que se sucedem, sendo foleadas digitalmente. Tão simples e tão moderno.
A DC, pelo menos em algum aspecto, saiu na frente das concorrentes nesse aspecto. A partir de setembro todas as 52 edições mensais serão vendidas simultaneamente em suas versões impressas e digitais. Donos de comic shops estão sendo incentivados a criar seções dentro de seus websites para que possam vender as revistas eletrônicas, e espaços digitais em suas lojas físicas. Isso vem para legitimar um processo que muitos leitores já faziam de forma ilegal: baixar os quadrinhos mensais e comprar apenas as coletâneas impressas daquilo que mais gosta.
4 – Já não temos um bom exemplo? Ok, e alguns muito ruins também.
Se não foram exatamente reebots, a Marvel também já tentou muitas vezes dar um novo caminho para seus heróis. Na década de 80 foi criado o Novo Universo, com heróis completamente novos em um mundo que deveria ser mais realista. Personagens como Jvstice, Estigma e o Psi-Force não duraram nem meia década. Nos anos seguintes eles criaram o Universo 2099, que trazia versões futuristas de seus personagens, também não deu certo. Alguns anos depois foi a vez de Jim Lee e Rob Liefeld, de volta depois de fundar a Image Comics tentarem a sorte com Heróis Renascem. O resultado? Fracasso total.
Mas então veio a linha Ultimate e tudo mudou. Talvez por resultado de todas as experiências frustradas, a Marvel acertou a mão ao criar um universo mais realista, mas sem jogar fora tudo o que os personagens vivem no universo tradicional e sem abrir mão de conceitos vencedores de seus principais heróis. A linha Ultimate se tornou uma porta de entrada para novos leitores e é responsável por sagas incríveis, como a de Ultimates, que inclusive servirá de base para o filme dos Vingadores. Se a Marvel hoje faz sucesso também nos cinemas muito é responsabilidade de conceitos criados para a linha Ultimate. Se a DC seguir a trilha, pode sim dar certo.
5 – Tudo novo, de novo
Falando em filmes da Marvel: não é interessante quando você vai ao cinema assistir uma história que já sabe como começa e como acaba? A graça está em ver como aquilo será adaptado para este novo momento. É dessa forma que tentarei encarar a empreitada da DC: uma nova visão, que pode ou não ser melhor do que aquilo que já li. O que não pode acontecer é ficarmos tendo sempre as mesmas histórias contadas várias vezes. Personagem X morre, volta e derrota o inimigo. Se novas tramas serão possíveis com uma mudança de enfoque, que seja. As boas histórias podem ser apagadas de uma cronologia editorial mas não de sua memória. Elas continuarão lá. E outras tantas boas virão, com ou sem reboot. Tente esquecer que Jim Lee já fez muita besteira por aí e que Rob Liefeld está de volta, por mais difícil que isso seja…

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