Posted by : dR.mIX² quarta-feira, janeiro 18, 2012


O universo de espionagem, em seu contexto de Guerra Fria, ganha uma tradução áspera e descolorida para a obra do escritor e antes também espião britânico John le Carré. O Espião Que Sabia Demais, dirigido com sobriedade e realismo por Tomas Alfredson, desfaz a visão romântica do trabalho dos agentes de espionagem a serviço da coroa britânica; humanizados aqui em seus defeitos, na vida sem charme e na falta de caráter - mais próximos, enfim, ao que se esperaria de espiões na vida real. A decadência institucional do ofício, que recebe o apelido de Circo pelos agentes britânicos em serviço, está estampada no rosto sisudo de George Smiley (Gary Oldman), chamado para investigar um possível agente russo infiltrado na alta cúpula do MI-6.















A seriedade absoluta de Smiley aos eventos, com um ar sempre fatigado e exasperado, assegura a maturidade do agente em sua tarefa entediante de chegar ao fundo da trama. O roteiro tem essa brilhante inteligência de despistar os leitores/espectadores com diferentes acontecimentos, e a edição do filme é esperta em aproveitar esse mecanismo no encadeamento das sequências, fazendo jus à estrutura complexa e convoluta proposta por Carré em suas obras. A narrativa se aproveita da intriga entre os dois países após uma operação mal-sucedida em Budapeste: as pistas e informações coletadas por Smiley montam um curioso tabuleiro de peões e suspeitos. A investigação, que obecede ao ritmo meticuloso de Smiley, tem jogadas interessantes - como aquela que supõe que toda a operação "de ouro é merda", sugerindo inclusive um plano falso apenas para instigar a ruína interna da agência.
A maneira como a resolução da trama se esconde tão bem na nossa frente, provocando as nossas próprias suspeitas sobre os agentes - e fazendo dessa desconfiança moral uma ambiguidade e uma forma de nos despistar do substrato - acerta em cheio no cerne de uma boa espionagem. O filme opta por uma paranoia seca, feita de nomes sem rostos, de ameaças suspiradas e traições veladas - e se aproveita de cada olhar e de cada conduta obscura. O filme conta ainda com um elenco feito com alguns dos melhores nomes do Reino Unido: vale destacar a entrega de emoção do elenco em torno de Oldman, o que funciona como contraponto ao impassível Smiley em todo seu percurso.
O Espião Que Sabia Demais    
(Tinker Tailor Soldier Spy, Reino Unido/FRA/ALE, 2011)
Direção: Tomas Alfredson.
Elenco: Gary Oldman, Benedict Cumberbatch, Colin Firth, Tom Hardy, John Hurt, Toby Jones, Mark Strong, David Dencik, Ciarán Hinds e Kathy Burke.
Duração: 127 min.

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