Eu aprendi a gostar dos anos 80 a partir dos filmes do John Hughes, que ficou conhecido como "o Steven Spielberg dos adolescentes". Mesmo que você não o reconheça pelo nome, certamente não só já assistiu a pelo menos um de seus filmes na Sessão da Tarde, como também foi influenciado por eles. É impossível passar ileso, especialmente para um adolescente.
Hughes falava sobre - e para - os jovens de modo divertido, mas ainda assim inteligente. É comum ouvir dizer que seus filmes captaram o espírito de toda a geração dos anos 80, mas eu acredito que muitas de suas propostas continuam atuais. Além disso, ele foi o primeiro a representar os nerds, em uma época em que nem se imaginava que um dia isso poderia ser considerado cool.
Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off)
É, para muita gente, o melhor filme adolescente já feito, e o clássico dos anos 80 por excelência. Infelizmente, diferente da maioria que o assistiu na Sessão da Tarde, eu demorei anos para vê-lo. E agora é impossível não querer assistir novamente várias e várias vezes.
O filme conta a história de um adolescente que finge estar doente para poder matar aula junto com sua namorada e o melhor amigo. Pode parecer uma comédia besta sobre um simples dia de adolescente. Pode parecer "apologia à irresponsabilidade". Para mim, cada detalhe do filme está repleto de ensinamentos e filosofias de vida. De certa forma, Ferris Bueller é uma de minhas inspirações de vida, a quem recorro em meus momentos mais neuróticos.
Há vários momentos memoráveis, como as inesquecíveis quotes de Ferris e a cena em que ele canta Twist and Shout em uma Parada na cidade.
Gatinhas & Gatões (Sixteen Candles)
Foi o primeiro longa-metragem dirigido por John Hughes, e também seu primeiro trabalho com Molly Ringwald, atriz que se tornaria sua musa. Samantha Baker completa dezesseis anos no dia do casamento de sua irmã mais velha, o que faz com que seu aniversário seja esquecido por todos. Ela está apaixonada pelo garoto mais popular da escola e ninguém parece notar sua existência, exceto um nerd inconveniente que insiste em assediá-la.
A Garota de Rosa-Shocking (Pretty In Pink)
Este filme não foi dirigido, mas escrito e produzido por Hughes. O que não faz muita diferença, já que é possível ver sua influência em cada detalhe. Andy Walsh é uma garota pobre apaixonada por um garoto rico. Quando tentam se conhecer melhor, os dois encontram resistência de seus respectivos círculos sociais.
Apesar da trama comum e já vista em tantos outros filmes, é mais que uma comédia que trata da diferença de classes. É um dos filmes mais profundos feitos para adolescentes, e a trilha sonora também é ótima (com direito a The Smiths!).
Mulher Nota 1000 (Weird Science)
"Se você não consegue arrumar uma garota, faça uma!". Cansados da rejeição do sexo oposto, Gary Wallace e Wyatt Donnelly usam um computador para criar a mulher ideal. Este filme, em especial, celebra a tecnologia e representa os nerds, demonstrando que com inteligência e esperteza é possível superar os rivais que nada têm além de popularidade. A música-tema também é ótima, divertida e marcante.
Clube dos Cinco (The Breakfast Club)
Este poderia ser só mais um filme sobre adolescentes cumprindo detenção, mas não. Para mim, é a prova definitiva da genialidade do mestre. Aparentemente, é bastante simples, mas ainda assim sensível, engraçado e, em alguns pontos, até mesmo doloroso. Com personagens completamente baseados em estereótipos, é praticamente um espelho em forma de filme. Há o cérebro, o atleta, a louca, a princesa e o criminoso. Allison Reynolds ("the basket case"), por si só, já merecia um post inteiro dedicado a ela.
The Breakfast Club não é só o meu filme favorito do John Hughes, como também um dos melhores filmes da minha vida.
Um dia, adolescentes gritaram "Save Ferris!". Hoje eu grito "Thank you, Hughes". :)









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